Soja brasileira forte enquanto a ferrugem se espalha

As previsões para a soja permanecem em 61 milhões de toneladas métricas (MMT) com rendimentos médios de 2,8 toneladas por hectare (Ha). O Serviço de Agricultura Estrangeira do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA-FAS) concluiu recentemente várias visitas a áreas no principal estado produtor de soja, Mato Grosso, e relatou que o estado da safra é “muito bom”.

Devido à nova lei de biossegurança, a soja no Brasil experimentou o maior aumento registrado na área plantada de sementes biotecnológicas na história do país. Todas as sementes biotecnológicas disponíveis foram plantadas este ano, e as empresas de sementes, as instalações de pesquisa do governo (Embrapa) e até mesmo os produtores estão se esforçando sem sucesso para atender à demanda dos agricultores por sementes tolerantes ao glifosato Roundup Ready. A associação brasileira de sementes relata que 9 milhões de hectares foram plantados com sementes biotecnológicas, cerca de 2,5 milhões sendo sementes legais e o restante sementes contrabandeadas ilegalmente ou replantadas. Essas sementes ilegais geralmente produzem um rendimento medíocre, pois geralmente vêm de áreas climáticas diferentes daquelas onde são plantadas.

Devido a problemas contínuos com a seca, as áreas plantadas no Sul diminuíram 390.000 Ha este ano. No entanto, o centro-oeste é responsável pelo maior declínio de área (606.000 Ha) e cerca de metade da queda de 4% na área do país. A única região com expansão contínua da soja este ano é o Nordeste. Os estados do Maranhão e Piauí aumentaram em área em 5% em relação ao ano passado. Esses estados estão na vanguarda da expansão no Brasil devido aos menores custos de terra e transporte de 20% a 30% mais barato do que o Sul.

A ferrugem da soja apareceu um mês antes do ano passado e está se espalhando em um ritmo mais rápido devido às condições mais úmidas, o que incentiva sua disseminação. As condições mais secas e quase secas do ano passado impediram a disseminação da doença. No caso do Mato Grosso, os fortes ventos do oeste também ajudaram a disseminar os esporos da ferrugem. Neste ponto, o Mato Grosso do Sul tem mais problemas e foi o lar de 118 dos 618 casos descobertos no Brasil. Na maioria dos estados, a ferrugem da soja avançou em um ritmo mais rápido do que no ano passado, e deve-se esperar que as perdas por ferrugem sejam iguais aos níveis de 2003/04.

Embora a ferrugem seja mais predominante este ano do que no ano passado, está claro que os agricultores estão controlando melhor a doença e as perdas não serão maiores do que no ano passado. O uso de fungicidas aumentou ligeiramente no geral, com algumas regiões comprando mais e algumas realmente comprando menos. As compras totais de fungicidas para a temporada são estimadas em 6,2 milhões de litros, o que corresponderá ao total usado há dois anos para a safra de 2004.

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A principal diferença neste ano, segundo os agricultores do Mato Grosso, é que em vez de aplicar fungicida duas vezes, os agricultores estão aplicando fungicida três vezes. Aqueles que aplicam duas vezes gastam cerca de US$ $50 por Ha. Aplicações triplas elevam o custo para US$ $75 por hectare ou US$ $1,30 para cada saco de soja.

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