Podcast Ag Tech Talk: Bob Trogele sobre tendências, momento e tecnologia

Neste episódio do Ag Tech Talk, Agronegócio Global sentou-se com Bob Trogele, CEO da Investimentos Verdelis / A ProAgInvest LLC e o presidente de duas entidades de investimento, a AMAG Farms LLLP e a Trogele Energy and Consultancy LLC, exploram quais tecnologias agrícolas estão atraindo mais atenção dos investidores e por quê. De robótica e IA a ferramentas digitais e biorracionais, Trogele discute as inovações que impulsionam o interesse no setor de insumos agrícolas. Ele também compartilha insights sobre o que está impulsionando esse impulso, incluindo a concorrência global, a escassez de mão de obra e a crescente necessidade de soluções escaláveis e sustentáveis para o setor agrícola.


Ag Tech Talk Podcast

Transcrição do podcast:

* Esta é uma transcrição editada e parcial deste podcast.

ABG: Como o investimento em tecnologia agrícola evoluiu nos últimos anos, particularmente em relação à tecnologia agrícola envolvida em práticas agrícolas regenerativas? Estamos vendo mais impulso ou ele estagnou?

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Bob Trogele

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Bob Trogele: O investimento em tecnologia agrícola tem apresentado evolução e contração recente. Atualmente, a tecnologia agrícola representa cerca de 2,51 TP3T de todos os negócios de capital de risco e apenas 1,641 TP3T do total de dólares de capital de risco. Para cada saída, há cerca de 14 investimentos, o que demonstra a dificuldade do cenário.

Somente no segundo trimestre, 149 startups de tecnologia agrícola levantaram cerca de $1,55 bilhão — mas isso representa uma queda de 16% em relação ao primeiro trimestre de 2025 e uma queda de 20% no número de negócios. Houve 11 saídas, principalmente por meio de aquisições, então, embora ainda haja atividade, estamos vendo mais cautela no mercado.

Há uma clara mudança em direção a negócios menores, aquisições complementares, joint ventures e colaborações entre grandes e pequenos players. Empresas maiores querem se afastar de modelos de baixa margem e fortemente baseados em commodities — especialmente em fertilizantes e produtos químicos — e buscam diversificar por meio da tecnologia.

Dito isso, a pressão sobre as startups se intensificou. Os investidores agora esperam lucratividade mais cedo, o que é um grande desafio na agricultura, onde a adoção de tecnologia leva tempo. Há mais demanda por disciplina financeira, e os VCs — especialmente os estratégicos — são avessos ao risco. Eles preferem investir quando há evidências de lucratividade, forte capital de giro e adoção comprovada na fazenda.

Quanto à agricultura regenerativa, o interesse está crescendo, mas a economia impulsiona o comportamento do agricultor. Lucro e produtividade continuam sendo as principais prioridades, seguidos pela redução de custos. Se uma solução regenerativa oferecer esses benefícios, os agricultores a adotarão.

Um bom exemplo foi quando implementamos a tecnologia de conectividade na Terranova Farms, na Califórnia. Esse projeto economizou $65.000 por ano e reduziu o consumo de água em 30% — atingindo claramente os três objetivos: rendimento, eficiência de custos e sustentabilidade.

Em resumo, o investimento não estagnou completamente — ainda há capital disponível —, mas está mais seletivo e o nível de sucesso é mais alto. O impulso existe, mas é moderado pela cautela.