Clorpirifós: Navegando pela próxima fase de uma molécula controversa

O clorpirifós ocupa o centro das atenções como um dos inseticidas mais debatidos e estudados na agricultura moderna.

Para melhor compreender seu status, diferenças regionais e o que vem a seguir, Agronegócio Global conversei com Derek Oliphant, sócio da AgbioInvestidor, sobre a evolução do clorpirifós e as perspectivas para novas formulações químicas.

Agronegócio Global: O clorpirifós é utilizado há décadas. Poderia fornecer algum contexto sobre sua história e como seu papel na agricultura global mudou?

Derek Oliphant: O clorpirifós é o segundo organofosforado mais utilizado, lançado originalmente pela Dow Chemical em 1965. O produto oferece controle de amplo espectro contra uma grande variedade de pragas, incluindo larva-alfinete, lagarta-rosca, broca-europeia-do-milho, lagarta-militar, larva-arame, ácaros, pulgões e nematoides. Embora continue a gerar vendas anuais robustas, ações regulatórias em diversos mercados regionais importantes reduziram as vendas a níveis bem abaixo dos picos.

ABG: Quais mercados ainda representam a maior demanda por clorpirifós atualmente?

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FAZER: A China continua sendo o principal mercado, onde o clorpirifós é usado principalmente em frutas, verduras e arroz. O Brasil vem em seguida, com uso significativo em soja, e a Índia também representa um mercado importante em algodão, arroz, frutas, verduras e cana-de-açúcar. A molécula também encontra uso minoritário em diversos outros mercados, embora estes tenham menor relevância comercial.

ABG: Onde o clorpirifós enfrentou maior pressão ou restrições regulatórias?

FAZER: Diversas regiões adotaram medidas regulatórias decisivas. No Canadá, todos os usos do clorpirifós foram cancelados após uma reavaliação em 2021, com data final de uso em 10 de dezembro de 2023. A União Europeia, a Tailândia e o Vietnã implementaram proibições, enquanto a África do Sul propôs uma.

Nos EUA, o caminho regulatório tem sido mais complexo. O produto foi proibido em 2018. Essa decisão foi revogada em 2019, restabelecida em 2021 e parcialmente revertida novamente em 2023. Em 2024, a Agência de Proteção Ambiental dos EUA (EPA) propôs revogar todas as autorizações para o uso do clorpirifós, exceto 11, o que reduziria seu consumo em cerca de 70% (70%). A agência planeja emitir uma decisão revisada em 2026.

ABG: De que forma essas ações afetaram o tamanho do mercado e a participação das empresas?

FAZER: As vendas diminuíram 13,91 milhões de libras em 2023, para cerca de 1,4 milhão de libras, e em média 10,31 milhões de libras anualmente entre 2018 e 2023. O fato de o produto ser genérico significa que muitas empresas estão agora envolvidas. A Corteva teve uma presença significativa até cessar a produção em 2020. Outros participantes importantes hoje incluem Adama, Sumitomo Chemical, Nortox e UPL.

ABG: Quais são os candidatos mais prováveis para substituir o clorpirifós no mercado?

FAZER: Entre os fortes candidatos a substitutos estão os inseticidas da classe das diamidas — particularmente o ciantraniliprole, que controla tanto pragas mastigadoras quanto sugadoras — juntamente com inseticidas mais recentes, como sulfoxaflor, flupiradifurona e afidopiropen. No entanto, o amplo espectro de ação do clorpirifós significa que nenhuma molécula isolada pode substituí-lo completamente. Na prática, seriam necessários múltiplos inseticidas para abranger a mesma gama de pragas. Neste momento, não consigo identificar nenhum inseticida recente ou em desenvolvimento com o mesmo nível de versatilidade.

ABG: Considerando essas mudanças regulatórias e de mercado, o que você espera para o futuro do clorpirifós?

FAZER: Não consigo prever qualquer crescimento futuro, devido ao perfil regulatório extremamente desfavorável do princípio ativo. Embora o clorpirifós ainda tenha sua utilidade em certas regiões, sua perspectiva a longo prazo é de declínio contínuo.