Lula da Silva: A fome não é uma questão social
Entre 2003 e 2009, Luiz Inácio Lula da Silva ajudou a reduzir pela metade a população de pessoas famintas do Brasil, com 93% de crianças e 82% de adultos fazendo três refeições por dia, e também reduziu a porcentagem de brasileiros vivendo em extrema pobreza, de 12% em 2003 para 4,8% em 2009, de acordo com o site do Prêmio Mundial da Alimentação.
Da Silva, ex-presidente do Brasil, discursou aos participantes do World Food Prize sobre a importância da intervenção governamental na criação da segurança alimentar e como ele chegou a essa conclusão. Da Silva, laureado do World Food Prize de 2011, lembrou ao público seu discurso inaugural de 2003, no qual ele pretendia desenvolver condições para que todos os brasileiros tivessem três refeições decentes por dia.
A desnutrição infantil no Brasil caiu 61,91 TP3T entre 2003 e 2009, e todas as faixas etárias tiveram maior acesso a alimentos de qualidade, de acordo com o site do Prêmio Mundial da Alimentação.
“O Brasil não pode continuar a viver com tanta desigualdade”, disse ele à plateia. “Precisamos superar a fome, a pobreza extrema e a exclusão social. Nossa guerra não é para matar – é para salvar vidas.”
Da Silva disse que, no passado, os brasileiros tratavam a fome como uma questão social. Mas as atitudes e o ambiente político melhoraram significativamente desde que ele fez da segurança alimentar uma prioridade máxima ao assumir o cargo em 2003. A política do governo se tornou significativamente mais favorável à agricultura.
Por exemplo, por meio dos programas Fome Zero de da Silva, famílias pobres puderam ter acesso a alimentos diretamente de pequenos agricultores, o que vinculou a produção local diretamente à expansão do consumo de alimentos e contribuiu para o desenvolvimento rural, de acordo com o site do Prêmio Mundial da Alimentação.
Da Silva disse que a chave para o sucesso do Brasil foi uma mistura de políticas de bem-estar social integradas combinadas com uma agenda de distribuição de renda e desenvolvimento econômico sustentável. Assim que ele assumiu o cargo, a segurança alimentar se tornou uma das principais prioridades do governo e políticas públicas foram desenvolvidas.
O fator mais significativo que impulsionou a determinação de da Silva em combater a fome foi testemunhar a fome em primeira mão durante suas viagens pelo Brasil nos anos 90. Ele visitou as periferias das grandes cidades brasileiras onde a fome era comum, disse ele.
“Eu sabia por experiência própria que a fome é a pior arma de destruição em massa do mundo porque ela não mata apenas soldados, mas também crianças inocentes, idosos e pessoas que estão em situação frágil”, disse da Silva. “A fome é um produto do subdesenvolvimento e é uma forma de manter as vítimas longe da cidadania, expondo-as principalmente pela manipulação de políticos e governantes.”