A guerra comercial entre EUA e China entra em nova fase com aumento de tarifas
Dada a propensão deste presidente para comunicar através do Twitter, talvez não devesse ter sido uma surpresa quando ele fez referência ao plano de aumentar as tarifas sobre muitas exportações chinesas de 10% para 25%. Mas @realDonaldTrump declarou:
….de bens adicionais enviados a nós pela China permanecem sem impostos, mas serão em breve, a uma taxa de 25%. As tarifas pagas aos EUA tiveram pouco impacto no custo do produto, em grande parte suportado pela China. O acordo comercial com a China continua, mas muito lentamente, enquanto eles tentam renegociar. Não!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 5 de maio de 2019
O presidente dos EUA tem o direito de se comunicar da maneira que quiser, mas quando ele faz o que fez no domingo, diz Jim Delisi da Fanwood Chemicals Inc., é preciso haver uma explicação que esclareça as declarações. Neste caso, o esclarecimento veio na forma de um Aviso de Registro Federal na quinta-feira, um dia após os tuítes do presidente.
“À luz da falta de progresso nas rodadas adicionais de negociações desde março de 2019, e sob a direção do Presidente, o Representante Comercial determinou que é apropriado que a taxa de imposto adicional sob a ação de setembro de 2018 aumente para 25% em 10 de maio de 2019”, de acordo com a FRN.
Antes do lançamento do FRN, os tuítes do presidente Trump já haviam causado danos.
De acordo com um relatório da Bloomberg, “foram um total de 102 palavras que eliminaram cerca de $1,36 trilhão de ações globais esta semana”.

Crédito da foto: Yahoo Finance.
Delisi explicou que uma nota “altamente incomum” no FRN indicou que qualquer material em trânsito antes do prazo não está sujeito ao aumento da tarifa. O que não está claro é o que “em trânsito” significa. Por exemplo, se o material está sendo embalado para envio antes do prazo, mas não chega ao píer até depois do prazo, isso é considerado em trânsito? A resposta não está clara. Delisi também sugeriu que os importadores se certifiquem de manter o controle do conhecimento de embarque chinês original, já que novos conhecimentos de embarque são frequentemente emitidos em vários portos ao longo do caminho.
Embora muitos importadores estivessem dispostos a absorver o aumento de 10% que afetou 50%-60% de ingredientes ativos vindos da China, será muito mais difícil para eles simplesmente absorverem o 15% adicional, diz Delisi. Muitos começarão a procurar outras químicas.
O aumento de tarifas pode até ter implicações para alguns produtos rotulados como “feitos nos EUA”, uma vez que esses produtos ainda exigem intermediários que vêm da China.
Uma delegação de negociação chinesa estava em Washington para ajudar a resolver o problema, mas aparentemente recuou de alguns compromissos que havia feito anteriormente, o que levou o presidente a compartilhar seus pensamentos no Twitter. O desafio para a China, diz Delisi, é que sua economia começou a vacilar, enquanto a economia dos EUA está "indo bem". Isso não significa que a China não retaliará, mas os EUA podem suportar melhor os aumentos do que a China.