As megafusões mudarão o DNA do setor agrícola?
Dizem que as recentes fusões de diversas empresas químicas e agrícolas constituem o maior oligopólio de negócios agrícolas da história. Um artigo de Felicity Iredale no Lexology.com analisa as fusões propostas e como elas afetarão a pesquisa agrícola como resultado.
O anúncio dos três mega-acordos, todos ainda em fase de revisão por diversas agências governamentais, deverá ser finalizado até o final de 2017:
- Oferta de $43 bilhões da ChemChina (China) pela Syngenta (Suíça)
- Oferta de $66 bilhões da Bayer (Alemanha) pela Monsanto (EUA)
- A fusão de iguais DuPont-Dow de $60 bilhões (ambas nos EUA)
Todas as três fusões parecem que serão aprovadas em breve pelos reguladores. O provável resultado dessas fusões e se os esforços combinados de pesquisa e desenvolvimento (“P&D”) serão menores do que as somas aditivas das empresas individuais serão revisados.
ChemChina-Syngenta
A Syngenta aceitou recentemente a oferta de $43 bilhões da ChemChina, tornando-se a aquisição estrangeira mais cara da história chinesa. Este acordo requer aprovação regulatória na Europa, onde a Syngenta está sediada, e nos Estados Unidos, onde vários ativos da Syngenta estão baseados.
O presidente da ChemChina, Ren Jianxin, promoveu a fusão dizendo que ela "aumentará a produtividade global das colheitas, ao mesmo tempo em que conservará recursos naturais escassos" e acrescentando que a fusão proporcionaria uma oportunidade de crescimento na China, "onde há uma rápida modernização impulsionada pela necessidade de aumentar a produtividade dos grãos e aumentar a qualidade dos alimentos".² Além disso, essa fusão também gerou esperança nos compradores, que agora esperam que a propriedade da Syngenta pela ChemChina ajude a acelerar o processo chinês de avaliação de novas sementes biotecnológicas.
A opinião sobre o impacto na pesquisa é dividida. Alguns pesquisadores sugerem que isso melhorará a qualidade da pesquisa, enquanto outros disseram que a pesquisa pode se tornar muito específica para as áreas em que a ChemChina e a Syngenta operam. Há também a preocupação de que, devido à falta de competição, a pesquisa não terá pontos de vista variados e pode não ter contenção.