Política de Registro
A política de cultivo de alimentos nunca foi tão prevalente ou penetrante. Não só a agricultura moderna é rotineiramente atacada por grupos de interesses especiais fora da indústria, mas também frequentemente criticamos uns aos outros dentro da indústria.
Parece que a agricultura moderna está seguindo o exemplo da política moderna, onde a obtenção de votos por uma única questão muitas vezes sabota as perspectivas de pessoas moderadas e racionais.
Lobistas de produtos farmacêuticos, carros, energia nuclear, energia eólica, ketchup, pica-paus (não estou inventando isso), idosos, jovens e todos os outros tipos de pessoas convergem para os políticos para diluir sua capacidade de separar o joio do trigo.
Adicione à mistura questões profundamente emocionais — como imigração, minaretes, secessão e aquecimento global — e o debate saudável e o compromisso que acompanham o governo podem se deteriorar mais rápido do que um dossiê de registro no Brasil.
Não importa o quão apaixonado alguém possa ser sobre qualquer questão, a visão de túnel desvia nossa atenção das decisões que mais influenciam nossa vida diária.
A agricultura tem suas próprias questões de cunha: genérico vs. de marca, biotecnologia vs. não biotecnologia, orgânico vs. moderno. Essas questões de cunha dividem os partidos políticos, bem como a indústria, muitas vezes criando confusão para os legisladores sobre as questões subjacentes de segurança alimentar, segurança alimentar e agricultura economicamente sustentável. Já é difícil defender a posição da agricultura moderna contra grupos como Greenpeace, Friends of the Earth, Pesticide Action Network, 20/20 Vision e muitos outros que insistem em demonizar a indústria de produção agrícola. É ainda mais difícil defender essas posições quando há dissensão interna.
Os negócios internacionais trazem seu próprio conjunto de complexidades, desafios e grupos de interesse especial, muitos dos quais têm seus próprios Departamentos de Estado e Agricultura. Cada entidade soberana dita seus próprios acordos comerciais, define suas políticas agrícolas e adere a seus próprios protocolos regulatórios para segurança alimentar e tecnologias de cultivo.
Também lutamos pelo maior interesse: participação de mercado.
Toda empresa de produção agrícola tem uma obrigação com seus acionistas, funcionários e clientes de ser a empresa mais forte que puder ser a longo prazo. Mas isso pode ter consequências negativas no resto da indústria se os argumentos não forem baseados em ciência.
Nossas histórias de registro nesta edição exploram uma série de questões políticas que afetam a comunidade de proteção de cultivos. Primeiro, a atualização global de registro de genéricos de Roman Macaya é sobre mais do que apenas registros me-too e compartilhamento de dados. É também sobre uma luta global de poder que coloca empresas com ideias semelhantes umas contra as outras por participação de mercado — geralmente às custas da agricultura moderna, da produção de cultivos, dos fazendeiros e das comunidades que eles estão tentando servir.
A matéria de Flavio Hirata sobre as agências reguladoras brasileiras é mais um embate entre empresas privadas e o Estado, um Estado onde registros e produtos são talvez os mais fiscalizados do mundo.
Por fim, Jay Vroom, da CropLife America, analisa as reações impulsivas, sem precedentes e pouco científicas da Agência de Proteção Ambiental dos EUA ao sentimento público incitado pela hipérbole ambiental.
O setor de proteção de cultivos enfrenta muitos desafios na tentativa de convencer governos e legisladores internacionais de que nosso setor pode ajudar a alimentar o mundo, e talvez precisemos concordar sobre como, primeiro.