Argentina: Açúcar bate recordes

Apesar da crescente demanda interna, o forte crescimento na produção, com três anos recordes consecutivos, está resultando em abundantes excedentes de exportação no país, de acordo com o Serviço de Agricultura Estrangeira do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA-FAS).

A produção doméstica de açúcar para 2007/08 está prevista em 2,68 milhões de MT (valor bruto), a mais alta de todos os tempos. Devido ao clima muito bom, retornos melhorados após a desvalorização do peso argentino e preços atrativos do açúcar no mundo, as usinas e produtores de cana continuaram a investir na expansão da produção e na melhoria da eficiência.

No nível da fazenda, a maioria dos produtores renovou suas plantações de cana, adotando variedades mais novas e produtivas. Eles também administraram as plantações adequadamente, com níveis ótimos de fertilização e uso de produtos químicos agrícolas para controle de ervas daninhas e pragas. Novas e modernas colhedoras foram incorporadas, permitindo a colheita de cana verde, evitando a queima das plantações.

Embora não haja dados oficiais, fontes estimam que entre 30.000-40.000 hectares (Ha) a mais foram plantados nos últimos anos. No caso de Tucumán, a maior parte da área recém-incorporada veio de soja e pomares de limão de baixa produção. A expansão nesta província está principalmente nas mãos de grandes produtores; não há novos participantes.

Das 22 usinas que operaram em 2007, 15 estão localizadas na Província de Tucuman, que responde por 66% da produção total de açúcar do país. As cinco usinas distribuídas entre Jujuy e Salta responderam por 33%, e duas pequenas usinas no Nordeste da Argentina produziram o restante.

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A maioria dos economistas privados prevê que a taxa de câmbio na Argentina permanecerá estável nos próximos 12 meses. No entanto, com taxas de inflação em torno de 10% anualmente, a taxa de câmbio perderá competitividade.

A Argentina produziu 204 milhões de litros de etanol em 2007. Apenas 17 usinas de açúcar produziram álcool, variando de 255.000 litros na menor, a 33 milhões de litros na maior. Da produção total, aproximadamente metade foi exportada e a outra metade foi para o mercado interno, que está programado por lei para aumentar nos próximos anos, à medida que cotas de mistura de combustível forem instaladas no país.

Muitas usinas de açúcar locais estão em processo de análise da expansão de sua capacidade de produção de etanol. Uma usina em Tucumán inaugurou recentemente uma planta (focada no mercado de exportação) e outra usina em Salta expandirá sua capacidade em 2008. Se as condições permanecerem razoavelmente encorajadoras para a produção de etanol a partir da cana-de-açúcar, a Argentina poderá expandir sua produção para 300 milhões de litros nos próximos anos. O próximo ano será o primeiro ano desde o final dos anos 1980 (quando o programa local de gasohol foi desativado) em que a cana será esmagada para a produção de álcool.

A maioria dos observadores argentinos vê isso como uma tendência crescente, já que o forte desenvolvimento mundial de biocombustíveis oferece grandes oportunidades para a indústria açucareira.

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