Três tendências principais para registros na América Latina

Brasil Cana-de-açúcar

Karla Pires Gobetti, gerente de registro da América Latina para a Syngenta, destacou três tendências principais no registro de proteção de cultivos na América Latina no Farm Chemicals International Trade Summit em Miami. A apresentação de Gobetti foi parte da Sessão Plenária em 7 de agosto.

  1. Complexidade do processo de registo – Gobetti diz que as empresas de proteção de cultivos com operações na América Latina têm visto uma demanda crescente por informações, novas solicitações e novos critérios, incluindo critérios de corte no Brasil para aprovar um registro. Argentina e Brasil continuam atolados em burocracia em nível nacional, mas os registros estaduais estão se tornando mais problemáticos no Brasil. Gobetti mencionou um problema recente em que o estado do Rio Grande do Sul está proibindo novas formulações contendo fenol. Mesmo que a lei nacional seja estabelecida, os estados podem restringir o uso. "É um cenário difícil para a inovação hoje na Syngenta, porque temos que enfrentar todos esses problemas e temos que realmente saber as chances da molécula de registro", diz ela. "Os cronogramas de registro no Brasil podem levar de três a quatro anos, e temos infraestrutura e recursos limitados dentro do governo."
  2. Tolerâncias internacionais como barreiras comerciais – Como exportadores de safras, os órgãos reguladores latino-americanos enfrentam dificuldades crescentes para aprovar registros. “Temos um problema enorme no Chile, porque eles exportam uvas e frutas de caroço, então eles devem ter a tolerância estabelecida no país que estão exportando – eles não podem ter resíduos excedendo os limites. Novas regulamentações podem aparecer, então isso pode facilitar de um lado e complicar do outro”, diz Gobetti. Ela explicou que mais progresso é necessário para treinar autoridades sobre como lidar com tolerâncias, testes de resíduos e harmonização internacional. Algumas questões, como agrupamentos de safras, precisam ser estabelecidas mais profundamente no futuro para evitar que certas safras sejam totalmente proibidas, ela diz.
  3. Preocupações crescentes com a saúde pública e o meio ambiente – O debate sobre agroquímicos, administração e agricultura orgânica está se fortalecendo, particularmente dentro das autoridades brasileiras, diz Gobetti, o que está resultando em mais restrições a pesticidas e uma tendência à proibição, especialmente em nível estadual – e isso vem no topo de agendas políticas e sociais mais amplas. “Algumas autoridades estão apenas tentando evitar produtos com base no princípio da precaução. A inovação está ameaçada em alguns países devido a essa complexidade”, explica ela. “A ciência tem que estar presente em todas essas discussões.”

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