CCAB expande atuação no Brasil

CCAB expande atuação no Brasil

Yasuda

A Companhia Brasileira de Cooperativas Agropecuárias (CCAB) lançou o Cropline, uma plataforma de acesso para produtores rurais não acionistas, ampliando sua atuação de do centro-oeste do Brasil até os estados do sul e sudeste do país.

A empresa evoluiu de um pequeno grupo de cooperativas dos estados da Bahia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul – que se uniram para importar defensivos agrícolas, num momento em que o mercado enfrentava crises de abastecimento, para uma empresa de mercado cujos acionistas são cooperativas de produtores rurais, e vem ganhando força desde a entrada do grupo francês InVivo, em 2016.

“Tanto a InVivo, que também é controlada por cooperativas de agricultores, quanto os demais acionistas entendem que é possível crescer em um mercado cada vez mais concentrado, como o de defensivos agrícolas, sem perder o foco da representatividade. Hoje temos 22 cooperativas como acionistas, que reúnem 55.000 produtores rurais sob seu guarda-chuva”, afirma o CEO Jones Yasuda. Segundo ele, o objetivo da CCAB não é ser uma fornecedora de defensivos químicos genéricos ou biológicos, mas uma empresa que, assim como os agricultores, dialoga com seus pares e entende suas demandas “para oferecer produtos e tecnologias que de fato atendam às suas necessidades”, afirma.

Com a Cropline, a CCAB, que priorizou o cultivo do cerrado – soja, milho e algodão – em seus 11 anos de existência, agora também dialoga com produtores de hortaliças, frutas, cana-de-açúcar e feijão, entre outros. “Estamos abrindo o diálogo com os agricultores do Sul e Sudeste, por meio das diversas cooperativas privadas tradicionais e distribuidoras, porque nosso objetivo é entender o que esse produtor precisa. Eles atuam em outras bases, com módulos agrícolas menores, mas têm grande relevância na produção nacional de alimentos. Montamos uma equipe de técnicos experientes estrategicamente posicionados nessas regiões”, diz Yasuda. A liderança da CCAB, no entanto, continua sendo dos acionistas, principalmente os produtores do cerrado, de acordo com o CEO.

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A entrada da InVivo, além de ser um motor dessa expansão, favorece a troca de experiências com a França, que tem sido incisiva no desenvolvimento de inovações para favorecer uma agricultura mais produtiva e sustentável. “Existem iniciativas dentro da própria InVivo que podem ser replicadas aqui, e estamos fazendo uma análise profunda para descobrir o que é viável. São oportunidades na área de controle biológico, agricultura digital e tecnologia de alimentos, que visam tanto a proteção sustentável das culturas quanto a redução do desperdício e o aumento da vida útil dos produtos agrícolas, da colheita à prateleira. A estratégia é oferecer múltiplas soluções para o agricultor, como o fornecimento de defensivos químicos tradicionais e produtos orgânicos, além de agricultura digital, sementes, modelo de negócio, entre outras ferramentas”, explica.

Segundo Jones Yasuda, todas as ações da CCAB têm como norte a responsabilidade do Brasil em ser o grande fornecedor de alimentos do mundo, em um futuro próximo. Ele cita números divulgados pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) de que, em 10 anos, o país fornecerá 41% da demanda global adicional por alimentos.“Como agricultores que somos, trabalhamos para isso e entendemos que essa realidade também tem que nortear a política agrícola brasileira. Não somos uma associação de agricultores, mas temos representação para alertar os governos sobre mudanças urgentes que precisam acontecer para garantir a segurança alimentar no país e em grande parte do planeta”, ele conclui.

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