Pesquisa brasileira sobre bioestimulantes agrícolas é capa do periódico científico de maior prestígio da Inglaterra

Nove pesquisadores brasileiros fizeram história com a publicação do artigo intitulado Análise metabolômica revela mecanismos de tolerância ao estresse em feijoeiro comum (Phaseolus vulgaris L.) relacionados ao tratamento com bioestimulante obtido de Corynebacterium glutamicum, que foi capa da revista inglesa Molecular Ômicas, publicado pela Royal Society of Chemistry, a sociedade mais respeitada e mais antiga do mundo na área, com 175 anos de história.

A pesquisa, liderada por especialistas do Instituto de Química da Unicamp e do departamento de P&D da Rovensa Next, tem como objetivo proporcionar uma melhor compreensão das vias bioquímicas envolvidas em diferentes processos biológicos em nível molecular.

O estudo, publicado em 4 de dezembro, demonstra os efeitos do bioestimulante no metabolismo vegetal. O Biimore, comercializado como Vorax no Brasil (único biofertilizante atualmente registrado pelo Ministério da Agricultura no Brasil), é um produto obtido a partir da fermentação exclusiva da bactéria Corynebacterium glutâmico, é composto principalmente de aminoácidos, carboidratos, vitaminas e centenas de outros metabólitos primários e secundários que foram identificados no estudo.

“O Brasil faz uma contribuição científica enorme e globalmente relevante para a agricultura. Nossa pesquisa abre uma perspectiva para o uso de técnicas de alta precisão para confirmar o potencial genético e o modo de ação de bioinsumos que podem ser usados em culturas em todo o mundo”, disse um dos autores do artigo, Rafael Leiria Nunes, Diretor de Suprimentos e Operações da Rovensa Next Brasil. Segundo Leiria, o Biimore, (Vorax no Brasil) tem uma matriz complexa, o que torna difícil explicar seu modo de ação e sua alta eficácia, comprovada em campo e em vários outros estudos.

Dada a sua vasta diversidade química e heterogeneidade, a determinação do metaboloma de um organismo biológico é complexa e requer protocolos específicos, desde a preparação da amostra até a seleção das técnicas analíticas mais avançadas (quimiometria), bem como o uso de estratégias altamente eficientes para processamento e interpretação de dados analíticos (rede molecular). “O grande diferencial deste estudo foi justamente conseguir estabelecer uma correlação entre a aplicação de um produto à base de metabólitos de C. glutâmico “Os microrganismos e o metabolismo da planta, mostrando a resposta da planta com base em seus próprios metabólitos, trazendo evidências conclusivas da eficácia do bioestimulante”, explicou Leiria.

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De acordo com Johana Rincones, PhD e Gerente Global de Pesquisa e Desenvolvimento para Produtos Biológicos na Rovensa Next, “O artigo publicado no periódico Molecular Omics representa um grande avanço no desenvolvimento de produtos para uso agrícola. O estudo de metabólitos secundários em Biimore (Vorax no Brasil) e seus efeitos no metabolismo das plantas por meio da metabolômica forneceu uma compreensão muito específica do modo de ação do produto nas plantas. Isso nos ajuda a posicioná-lo de forma precisa e eficiente para o benefício das culturas e da lucratividade dos produtores rurais.”

Conclusões da pesquisa

Em suma, a pesquisa concluiu que a concentração de metabólitos específicos aumentou na planta após a aplicação do bioestimulante, especialmente alguns lipídios, aminoácidos e flavonoides estão associados à tolerância das plantas a condições adversas. Como resultado, a avaliação dos parâmetros de desenvolvimento de P. vulgar (feijão comum) tratado com Biimore (Vorax no Brasil) apresentou resultados aprimorados quando exposto a estresse abiótico (falta de luz ou deficiência hídrica). Isso abre um futuro promissor para o uso de bioestimulantes, considerando que diversas regiões no Brasil e outras ao redor do mundo provavelmente passarão por períodos mais longos de seca no futuro.

Sucessos globais da Biimore

Além de ser o único biofertilizante atualmente registrado no Brasil, o Biimore é o primeiro da empresa, e um dos primeiros no mercado, a receber a marca CE sob o novo Regulamento de Produtos Fertilizantes da UE 2019/1009 (FPR). Foi certificado por alegações de eficiência e qualidade, incluindo a capacidade de aumentar a qualidade da fruta em termos de tamanho, peso e teor de açúcar. O Biimore foi premiado com o Prêmio de Inovação Biosolutions na Macfrut Feria 2022, um dos eventos mais importantes da Itália para a indústria de frutas, e finalista no World BioProtection Awards 2022 como Melhor Produto Bioestimulante.

Saiba mais sobre a pesquisa aqui.

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