Regulamentos: América Central e do Sul
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ATUALIZAÇÃO DA AMÉRICA LATINA |
Foco no Brasil
Por Fabiola Lara, Head de Assuntos Regulatórios LATAM, Staphyt Brasil Agro
Para registro no Brasil, é importante entender os conceitos envolvidos no processo de registro, começando com definições para pesticidas, biopesticidas e fertilizantes, entre outras categorias importantes. Esse conhecimento ajudará as empresas a entender como posicionar seus produtos sob a regulamentação.
O sistema de registro no Brasil é muito complexo. As empresas precisam enviar três dossiês diferentes para três agências diferentes (Ministério da Agricultura — o dono dos processos de registro; Ministério da Saúde — ANVISA; e Ministério do Meio Ambiente — IBAMA). Todas as três agências precisam avaliar os dossiês, cada uma com sua área de responsabilidade, e o registro final é emitido pelo Ministério da Agricultura. Um conhecimento profundo do produto é necessário para poder atender a todos os requisitos e entregar um dossiê de alta qualidade para registro.
Após a aprovação do registro pelo nível federal, há mais um passo antes de ir para a comercialização. Os produtos precisam ser registrados em todos os estados de interesse.
Para chegar ao mercado brasileiro, os pesticidas precisam passar por todas as etapas desse processo. É um ambiente extremamente regulado e garante que qualquer produto colocado no mercado seja seguro para a população, aplicadores e meio ambiente.
Regulamentos para Biopesticidas
No Brasil, há discussões sobre novas regulamentações, como para produtos microbiológicos, produtos fitoquímicos e o Novo Projeto de Lei de Agrotóxicos. Essas discussões trarão maior transparência e precisão à legislação moderna. Elas impactarão diretamente os agricultores e sua capacidade de acessar novas tecnologias.
O governo brasileiro também está trabalhando para agilizar o processo de regulamentação biológica. Uma revisão da legislação atual está acontecendo para ter um melhor entendimento de cada tipo de biopesticida e uma definição clara dos requisitos para o registro.
Hoje em dia, o Governo Brasileiro já prioriza a avaliação dos biopesticidas. O tempo para ter um registro para esse tipo de produto pode ser menor que um ano. O rigoroso processo de avaliação é o mesmo. Todos os mesmos estudos necessários são submetidos e avaliados, mas o governo aumentou seu conhecimento sobre biopesticidas nos últimos anos e tem mais experiência na avaliação desses tipos de produtos.
Nos últimos cinco anos, vimos um grande aumento nas aprovações de biopesticidas, mostrando a ênfase do governo nessa parte importante do mercado.
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Por Javier Fernandez, Consultor Jurídico e Diretor de Assuntos Regulatórios, CropLife Latin America
Para regulamentações no México, América Central e América do Sul, são as seguintes:
países a serem observados quanto às mudanças:
- MÉXICO
O país tem dois projetos de lei no Congresso que podem introduzir abordagens baseadas em riscos e comprovar a remoção de produtos altamente perigosospesticidas (HHPs). Além disso, as agências estão ponderando a introdução de avaliação de risco.
- COSTA RICA
Em dezembro de 2022, a Costa Rica emitiu um regulamento geral substituindo todos os regulamentos existentes. Ele entrou em vigor em janeiro de 2023 e pode impactar os procedimentos de renovação ao introduzir requisitos de ERA mais rigorosos. A partir de hoje, um terço de todos os registros existentes pode não passar no novo registro. - COLÔMBIA
A Colômbia está aplicando uma decisão judicial para abordar o fipronil e a saúde dos polinizadores. Embora um grupo de trabalho público-privado tenha sido criado, as autoridades decidiram drasticamente proibir todos os usos (mesmo veterinários) do produto em vez de trabalhar na mitigação de riscos. Uma decisão judicial semelhante inspirou o cancelamento do registro do clorpirifós e pode servir como precedente para mais por vir, por meio dos quais os neonicotinoides são alvos. - EQUADOR
O país introduziu uma nova regulamentação para o intervalo de reentrada. - CHILE
O sistema regulatório do país foi assumido pelo escritório do controlador e pode introduzir uma proposta para retirar registros de até 100 ingredientes ativos. A ação política é precedida pela remoção do registro do paraquate em 2022. Assim como no Peru, uma vez que um produto não pode ser vendido legalmente no país, ele abre as comportas para o comércio ilegal. O Brasil está enfrentando uma situação semelhante com o comércio ilegal quando eles eliminaram o paraquate. - AMÉRICA LATINA
A Convenção de Roterdã COP11 abordará uma proposta para introduzir um Anexo VIII para reduzir os requisitos e o limite de votação para anexar compostos (de consenso para três quartos dos países que ratificaram a emenda). A região tem lutado para entender que a Convenção de Roterdã é um dos consentimentos prévios informados e interpretou erroneamente os compostos anexados como aqueles a serem banidos. Isso pode impactar não apenas os produtos acabados no mercado, mas também os precursores para fabricação. •
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Foto de Fabiola Lara cortesia de Estafilo