RaboResearch: Apesar da turbulência global, o comércio de grãos e oleaginosas continua a crescer

De acordo com a sexta edição de Mapa global de grãos e oleaginosas da RaboResearchO comércio de grãos e oleaginosas (G&O) continua a crescer de forma constante e atingiu cerca de 880 milhões de toneladas métricas em 2023/24, com um valor estimado de US$ 330 bilhões.

Trigo continua sendo o mais negociado, mas mercado está fragmentado

O trigo é o grão mais comercializado globalmente, com uma média de 216 milhões de toneladas métricas comercializadas anualmente entre 2021 e 2023. "No geral, o mercado de trigo é altamente fragmentado em termos de produção, importação e exportação, e do número de participantes", explica Vito Martielli, Analista Sênior de Grãos e Oleaginosas da RaboResearch. A Rússia emergiu como a maior exportadora mundial de trigo, superando significativamente seus concorrentes. Entre os principais importadores, o Egito continua sendo o maior importador de trigo da África, a Turquia está cada vez mais servindo como um centro de importação e reexportação de trigo, e a China aumentou suas importações devido ao aumento do consumo interno nos últimos cinco anos.

Milho: EUA ainda são o maior exportador, mas o Brasil está se recuperando

O milho é o segundo grão mais comercializado globalmente, com uma média de 193 milhões de toneladas métricas negociadas anualmente entre 2021 e 2023. Ao contrário do trigo, a produção e as exportações de milho são altamente concentradas em quatro países — EUA, Brasil, Argentina e Ucrânia — que juntos respondem por 90% do comércio global de milho.

A soja não é produzida onde é consumida

A soja é a oleaginosa mais comercializada globalmente – com uma média de 168 milhões de toneladas métricas comercializadas anualmente entre 2021 e 2023 – e não é amplamente produzida nos países que são os maiores compradores. A produção está concentrada no Brasil, nos EUA e em alguns outros países da América do Sul, enquanto a Ásia e a UE são os maiores importadores globalmente. “Países desenvolvidos como os da UE e o Japão – que eram os maiores importadores em 2002 – estão agora experimentando um crescimento negativo nas importações, impulsionado por mudanças na dieta e um declínio no consumo de proteína animal”, de acordo com Martielli. “A China emergiu como a principal força motriz no comércio global de soja e na indústria de esmagamento, relatando crescimento exponencial tanto no consumo quanto nas importações. O Brasil se tornou o maior produtor e exportador globalmente.”

Fluxos comerciais de G&O no futuro

Na próxima década, espera-se que múltiplos fatores influenciem os fluxos comerciais globais de grãos e oleaginosas. Do lado da demanda, o crescimento populacional na África Subsaariana impulsionará o aumento das importações de trigo, enquanto a China poderá experimentar uma desaceleração – ou mesmo um declínio – nas importações de soja. Mudanças nas políticas de biocombustíveis provavelmente afetarão a dinâmica do esmagamento de oleaginosas, e a implementação do Regulamento de Desmatamento da UE (EUDR) já está remodelando os modelos de negócios dos comerciantes. Além disso, o clima sempre pode ter um impacto significativo na produtividade das colheitas e na volatilidade dos preços, enquanto a distribuição de poder entre múltiplos participantes remodelará as relações comerciais e as prioridades estratégicas em toda a cadeia de valor.

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