Glifosato na UE
Apesar de AUDACE'S oposição desde abril de 2002 ao direito antidumping sobre as importações de glifosato originário da República Popular da China, Taiwan e Malásia, um regulamento comunitário n.º 1683/2004 de 24 de setembro de 2004 estendeu um direito antidumping definitivo de 29,9% por mais cinco anos a partir de 1º de outubro de 20041.
A directiva europeia 91 414/CEE deu aos notificadores Monsanto, Cheminova, e Syngenta cinco anos de proteção, encerrados em 1º de julho de 2007, sobre dados gerados com a finalidade de incluir o glifosato na lista positiva de substâncias ativas da comunidade.
Um aumento constante e sustentado no preço dos produtos à base de glifosato começou precisamente naquela data de validade e atingiu 350% hoje.
A situação é tal que agora custará Agricultores europeus recebem 1 bilhão de euros a mais para satisfazer suas necessidades de glifosato.
A AUDACE descreveu essa situação em detalhes já em abril de 2002, em uma queixa apresentada à Comissão Europeia (CE) contra a medida antidumping.
Foi assim que, a pretexto de uma escassez causada pelo uso massivo de seus cultivos geneticamente modificados (GM) resistentes ao glifosato, a Monsanto conseguiu aumentar seus preços no mercado europeu e mundial, como havia conseguido em 2004 na Argentina, e, portanto, quer nos fazer acreditar que não levou em conta suas próprias previsões feitas em 2000, que previam com muita precisão em um prazo de seis ou sete anos que seus cultivos GM cobririam 80 milhões de hectares (Ha).
Esta estratégia era previsível. No entanto, as autoridades comunitárias competentes em matéria de comércio não acharam sensato tê-la em conta, nem mesmo negar2 as consequências econômicas que isso teria para os agricultores comunitários.
É por isso que a AUDACE apresentou queixa à CE um pedido de suspensão imediata das medidas antidumping introduzidas pelo Regulamento do Conselho 1683/2004, de acordo com o artigo 14-4 do regulamento básico 384/96, que prevê a suspensão por nove meses quando as condições de mercado mudarem. Após uma decisão do Conselho da UE, o período de suspensão pode ser estendido por mais 12 meses.
Considerando as evidências produzidas em apoio a esta solicitação, é mais provável que a AUDACE obtenha satisfação antes do final de setembro de 2008.
É certo que a revogação do direito antidumping não terá para os agricultores europeus um efeito tão radical quanto sua implementação teve na consolidação da posição de monopólio da Monsanto.
No entanto, isso permitirá pelo menos uma sugestão de competição, mesmo que isso seja bastante atenuado pelo interesse dos produtores chineses em vender seu material técnico seguindo o impulso inflacionário dado pela Monsanto.
Para a AUDACE, já passou da hora de resolver esta questão chamou a atenção do mercado internacional, já que 80 milhões de hectares de culturas GM resistentes ao glifosato representam apenas 5% da superfície global de terras cultiváveis.
Notas